SIN KILLER webzine – Interviews: Entrevista com Underoath

Saturday, April 9, 2011

Entrevista com Underoath

O Ex-Norma Jean e atual baterista do Underoath, Daniel Davison, participou de uma entrevista com o site Absolute Punk. Davidson comentou sobre o seu retorno a cena musical em 2010 após abandonar a carreira em 2007, sua entrada para o Underoath, as gravações do novo álbum, entre outras coisas. Confira a entrevista toda logo abaixo:
O que passou pela sua cabeça quando você pisou de novo em um estúdio? Eu ouvi dizer que você estava trabalhando com Colour Revolt antes mesmo de conversar com o Underoath.
Quando eu voltei,  foi em fevereiro do ano passado, eu estava em estúdio com o Colour Revolt. Eu estava praticando algumas vezes com eles. Eu acho que o sentimento inicial aconteceu quando eu estava tocando no ensaio pela primeira vez em, sério, três anos. No estúdio eu me senti muito bem em voltar naquele ambiente criativo, onde as idéias estão fluindo. Apenas ótimas vibrações com ambas as bandas. Gravar com o Colour Revolt, foi bem mais curto. Nós gravamos o álbum inteiro em, eu acho, que seis dias? Nós gravamos direto na fita. Gravamos tudo ao vivo. Então eles voltaram e gravaram os vocais. Foi divertido porque eu nunca havia gravado ao vivo. Com o Norma Jean, nós fizemos um álbum que foi basicamente ao vivo, mas tivemos que voltar e consertar algumas coisas. Com o Colour Revolt o que você ouve é o que você tocou, o que é algo realmente especial. Então graver com esses caras [Underoath], ficamos em estúdio por umas sete, oito semanas. E foi super incrível. Foi muito criativo. Eu nunca havia gravado com Matt Goldman, mas eu sou amigo dele de longa data, pois nós dois morávamos em Atlanta.

Sobre as experiências de gravações diferentes? Com qual você se sentiu mais confortável? Onde você se sentiu mais no seu elemento como baterista?
Eu acho que me senti mais como um baterista no Underoath, por causa da minha experiência [em música pesada]. Eu não me senti desconfortável tocando com o Colour Revolt, porque havia muita energia e paixão na música deles. Eles tem sido uma de minhas bandas favoritas há uns quarto anos. Eu acabei conhecendo eles por amizades em comum. Eu não diria que me sinto mais confortável em um ou outro, eu estava confortável [trabalhando] com os dois. Só digo que me sinto mais um como um baterista no Underoath e gravando com eles.

Gravando este disco, o que passou pela sua cabeça depois de ter tocado no Norma Jean por tanto tempo, e que elementos você trouxe para o processo de gravação deste álbum e o que você quer deixar pra trás, como um baterista?
Eu não sei. Eu não fiz com consciência [a decisão tomada]. Foi tudo adaptado à música. Eu sempre fui uma espécie de baterista orientado pelo ‘groove’ . Eu não estou tentando ser excessivamente técnico para o bem da música. Eu acho que uma coisa que estou tentando tirar, que foi diferente no Underoath [do Norma Jean], foi o pedal duplo. Eu queria testar desta maneira. No material antigo do Norma Jean eu usava muito. Obviamente, quando toquei com o Colour Revolt, eu gostei, onde eu meio que tirei algumas partes do kit da minha bateria, e resolvi fazer a mesma coisa com o Underoath. Eu quis trazer partes com groove e técnica [para as gravações] e não em toda parte. Isso não é de maneira alguma uma crítica ao Aaron [ex-baterista], porque ele é um baterista fenomental, e nós apenas temos dois estilos diferentes.
Você, pessoalmente, se sentiu fora do lugar no estúdio entre o resto dos integrantes?
Não mesmo. Você conhece a história entre Norma Jean e Underoath em um todo. Nossas banda basicamente cresceram juntas. Eu conheço esses caras há uns dez anos.
E quando você inicialmente foi mostrado às demos? Eu sei que estavam trabalhando em algumas coisas na turnê de inverno do ano passado.
Eu não sei. As demos que eu escutei vocês também escutaram.
Eu não tinha escutado nada, só ouvi dizer que estavam gravando demos.
Ah, eles acabaram jogando boa parte daquele material fora. Eles enviaram cerca de três ou quatro demos. O Tim mandou trechos bem básicos das músicas, só para eu ter algo para tocar quando chegasse lá. Basicamente nós tínhamos um mês até as gravações. Quando o Aron saiu, eles ficaram sem muito tempo para perder, já estávamos na metade de Abril. Então a gente tinha só um mês pra ver se ia dar certo. Cheguei lá esperando algo do tipo, “bom, vamos tocar algumas músicas velhas e ver como você se sai.” Mas não teve nada disso. Já começamos de cara escrever músicas novas. Eu gostei bastante das demos. Elas estavam bem pesadas e com uma sonoridade bem cru. Não tinha vocais. Eu gostei das três que eles me enviaram. Eu montei o kit da minha bateria no quarto de hospedes da minha casa e fiquei tocando essas demos durante dois dias e acabei memorizando as minhas partes. Depois disso eu acordei e fui pra Tampa.
Qual foi a reação deles?
Eu estava um pouco nervoso, porque o Aaron era um grande baterista e esteve na banda por tanto tempo. Eles falaram logo de cara que não queriam alguém que tocasse igual ele, queriam que eu tocasse da minha forma. Eles realmente queriam que esse disco fosse um divisor de águas pra eles, um novo capitulo. Eu fiquei bem animado com o que eles falaram e mostraram logo de cara. Eu do lado de fora do estúdio, escutava eles falando e percebia o quanto estavam animados. Eu ligava pra minha esposa e ela virava falando, “Sim, vai dar tudo certo.” Mesmo assim, ninguém sabia direito o que ia acontecer até alguns dias depois quando eles me chamaram e falaram que queriam que eu voltasse pro estúdio para escrever esse disco com eles. Dali pra frente às coisas caminharam muito bem. A gente produziu mais do que precisávamos. Eles tiveram que decidir em duas semanas se eu iria continuar, porque caso contrário iria afetar todo o ano. E depois da primeira semana já vimos que a minha entrada pra banda não iria atrapalhar o restante do ano. Mas isso não quer dizer que estávamos contentes em ensaiar todas as noites até 2 da manhã. [risos]
Você acha que a sua saída da cena musical foi uma coisa boa pra você?
Acho que foi uma coisa positiva sim. Era uma coisa que eu precisava fazer, sair do Norma Jean. Foi difícil, mas sentia que era um passo na minha vida pessoal que eu tinha que dar. Eu não estava procurando uma outra banda logo de cara. Eu estava fazendo as minhas coisas em Atlanta. Eu estava ocupado e ai apareceu à oportunidade com The Color Revolt e acho que isso meio que me animou novamente para a área musical.  “Porque é que eu não estava fazendo isso?” e não em um sentido negativo, mas num sentido de algo que eu gostava de fazer e estava animado em fazer. Com eles, foi algo muito bom. Depois o Tim me ligou e perguntou se eu queria tentar entrar pro Underoath, e eu estava prestes a sair de Atlanta, o que me deixaria ainda mais longe do Color Revolt. Acho que no final das contas as coisas acabaram dando certo para todos.
O que você acha de bandas como Norma Jean, Underoath e The Chariot estarem ativas até hoje, progredindo durante todo esse tempo? Qual o motivo para essa longevidade e como eles conseguem até hoje agradar a novos e velhos fãs?
Honestamente, eu nem sei explicar direito. É estranho. Tem um grupo restrito de bandas, esse grupo bem pequeno… Acho que havia algo especial entre 2001 até 2005. Um tipo de criatividade que estava surgindo, e essas bandas acabaram se encontrando e fazendo turnês juntas. Essas bandas ficaram direto na estrada, durante todos esses anos. E os fãs pegaram isso e levaram pra frente, passaram pra próxima geração. Mesmo assim, é legal ver a diferença de idades entre os fãs. Alguns que gostam das mais antigas. Outros que cresceram escutando você. É legal ver isso. Depois tem aqueles que acabaram de conhecer a banda. Não acho que existe uma formula para o sucesso. Sendo bem sincero, essas bandas tem muita emoção e paixão. Nenhuma delas acabou entrando na cena para aparecer. Eles vieram de uma época antes do MySpace, diferente da cena atual, e eu não vou criticar nenhuma banda em particular, mas as coisas são diferentes hoje. As coisas hoje são baseadas em um download, tudo acaba virando descartável depois. Antes você tinha que procurar as bandas e seus CD’s. Talvez um amigo seu comprava um disco e te mostrava, e isso te animava pra conhecer a banda. Era uma coisa mais calma que visava mais uma diversão e não um processo todo burocrático. Só buscávamos diversão. Eu sou grato por ter participado dessa  cena.

 Fonte:. MPSIROCK

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